A escultura impressiona pela força expressiva e pelo dinamismo de sua forma, que evoca, de maneira sugestiva e quase mítica, a silhueta de um lobo em movimento — talvez em meio a um uivo, ou em posição de alerta diante da vastidão. Confeccionada a partir de madeira com textura acentuada e acabamento escuro, a peça parece congelar um momento de energia contida. As linhas ascendentes e diagonais sugerem impulso, tensão e prontidão, enquanto as pontas projetadas, especialmente na base, evocam patas ou garras fincadas no solo. A parte superior da escultura insinua com grande sensibilidade um focinho alongado e o contorno de orelhas erguidas, como se o animal estivesse prestes a farejar ou comunicar-se com a alcateia.

“O Lobo” não é uma representação literal, mas sim uma manifestação abstrata da essência arquetípica do lobo: símbolo de coragem, liberdade, inteligência e conexão com o instinto.
O equilíbrio da peça também chama atenção: ela se sustenta em três pontos finos e longos, o que lhe confere uma leveza quase impossível, criando contraste entre a densidade visual do corpo e a delicadeza do apoio.