é uma obra de presença marcante e silhueta inconfundível, remetendo diretamente ao imponente cachalote, uma das maiores espécies de baleia do planeta. A peça é composta por um bloco de madeira escura, polida e curva, assentado sobre uma base orgânica em madeira maciça, com contornos naturais.

A forma principal da escultura — robusta, arqueada e suavemente inclinada — evoca com clareza a imagem de um cachalote emergindo ou mergulhando no oceano. A extremidade traseira sugere a cauda, representada por galhos retorcidos, enquanto a parte dianteira, mais arredondada e maciça, representa a cabeça característica do animal. Há ainda uma formação clara e rendada próxima ao "focinho", que pode ser interpretada como espuma marinha ou talvez parasitas marinhos, acentuando a ligação com o habitat oceânico.
O acabamento envernizado e o brilho acentuado realçam a textura rica e o aspecto úmido da madeira, contribuindo para a ilusão de que o animal está emergindo das profundezas salgadas. A base, com seu formato irregular, parece uma superfície de água ou rocha costeira, funcionando como cenário complementar à narrativa visual.
É uma escultura que une força e serenidade, transmitindo a grandeza silenciosa dos mares profundos. Ao mesmo tempo em que homenageia uma criatura magnífica, também convida à contemplação do mistério e da beleza bruta da vida marinha. É uma peça que parece em movimento, mas congelada no tempo — como um instante eterno no oceano da memória.